Responda-me com toda sinceridade: Você realmente não se preocupa com o dia de amanhã?
Eu pergunto isso porque foi Jesus quem disse aos seus discípulos que eles não deviam se inquietar com o dia de amanhã (Mateus 6:34). Mas quantos de nós conseguimos praticar isso?
De vez em quanto fico imaginando quais seriam as nossas reações se estivéssemos no lugar daqueles milhares de israelitas que deixaram o Egito rumo à Terra Prometida.
Já ouvi muita gente me dizendo que gostaria de ter nascido naqueles tempos só para ver bem de perto as maravilhas que Deus fez. Dá até para imaginar alguns exclamando: “Ô Glóriaaaaaa!!!” enquanto estivessem atravessando o Mar Vermelho, vendo aquelas duas ‘muralhas’ de água, uma de cada lado. E vejo outros cantando uma canção ‘gospel’ como fez Miriã, a irmã de Moisés.
Mas quanto tempo duraria esse entusiasmo todo? Para o povo daquele tempo o entusiasmo durou apenas três dias. Bastou faltar água e pronto! A reclamação começou! (Êxodo 15:22-27).
Só uma pergunta antes de continuar: Quanto tempo levou para você reclamar de alguma coisa desde que saiu da igreja pela última vez? Três... quatro dias?
Tente imaginar como seria para você não ter nenhuma panificadora por perto, muito menos uma boa geladeira. Como seria para você não poder guardar pão de um dia para outro?
Pois é, você já pensou ter de levantar bem cedo todos os dias, pegar uma bela vasilha e sair ‘catando’ o maná, o pão do céu? Mas lembre-se que você não poderia pegar demais... apenas o suficiente para um dia (Êxodo 16:1-36).
Talvez enquanto você estivesse recolhendo começasse a pensar: “Será que amanhã vai ter mais?”; “E se Deus perder a hora, ou esquecer de enviar o pão?”; “E se o tanto que eu recolhi desse maná não chegar para todos lá em casa?” – tenho certeza que muitos israelitas devem ter feito perguntas bem parecidas
Viver pela fé sem uma geladeira abastecida com certeza seria um grande desafio para muitos de nós hoje em dia.
Mas você e eu não, certo? Nós confiamos em Deus. Sabemos que Ele “é o nosso pastor e nada nos faltará”, não é mesmo?
Mas, se sabemos disso, por que é que sempre continuamos tão preocupados e ansiosos?
Tente se colocar no lugar do profeta Elias e ter de esperar alguns corvos trazerem pão e carne para se alimentar (1 Reis 17:6). Isso sim é que seria aprender a confiar em Deus, você não acha?
Mas, já que eu e você vivemos em pleno século XXI, e não nos tempos bíblicos, vamos olhar bem de perto os desafios que temos de enfrentar todos os dias e que vivem colocando nossa fé em questão.
Encontro na Bíblia, por exemplo, palavras desafiadoras para nós, ‘discípulos do século XXI’: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1 Timóteo 6:8).
Quantos pares de sapatos serão necessários para que estejamos contentes? Quantas liquidações? Quantas vezes teremos de trocar de carro até finalmente sossegarmos um pouco?
É Difícil permanecer satisfeito quando todos os dias recebemos novas ofertas de ‘coisas indispensáveis’ que não podemos perder.
Também está na hora de despertarmos de tanta infantilidade e percebermos que “os sonhos de Deus” não tem nada haver com aquela TV de 56 polegadas ou com o carro zero que desejamos.
Claro que Deus pode nos conceder essas coisas, mas com certeza os sonhos de Deus para mim e para você envolvem outras coisas muito mais importantes.
“Pensem nas coisas que são do alto, e não nas que são dessa terra”, disse o apóstolo Paulo.
É isso que temos feito?
Bom, por hoje basta. Creio que já consegui fazer você parar e pensar um pouco.
Deus te abençoe!
Sérgio Muller
